Miguel Oliveira: o jovem missionário que gera admiração e controvérsias nas redes sociais
Aos 14 anos, pregador mirim conquista milhões de seguidores e enfrenta críticas por supostas falsas profecias; pronunciamento oficial será feito na segunda-feira (28)

Miguel Oliveira, de apenas 14 anos, tornou-se um dos nomes mais comentados entre os evangélicos nas redes sociais brasileiras. Com mais de um milhão de seguidores no Instagram e vídeos que viralizam no TikTok e no YouTube, o jovem missionário ganhou destaque nacional com suas pregações emotivas e alegadas profecias. Entretanto, junto à fama, surgiram também questionamentos e críticas.
Da infância ao púlpito: a ascensão de Miguel
Membro da Igreja Assembleia de Deus Avivamento Profético, em Carapicuíba (SP), Miguel afirma ter vivido um milagre ainda pequeno: segundo seu relato, nasceu surdo e mudo, mas foi curado para cumprir o propósito de evangelizar. Desde os três anos de idade, sobe aos altares para levar sua mensagem de fé — trajetória que emociona muitos fiéis, mas também levanta dúvidas entre os mais céticos.
Um estilo teatral que divide opiniões
Com um perfil inspirado em pregadores carismáticos, Miguel conduz cultos cheios de emoção, faz revelações sobre a vida dos fiéis e realiza pregações impactantes. Seu estilo é frequentemente comparado ao de Vitória Souza, conhecida como a "pastora do iPhone", outro fenômeno jovem nas redes.
Enquanto seus admiradores o consideram uma inspiração para a juventude cristã, críticos afirmam que suas manifestações são mais encenações emotivas do que práticas fundamentadas na teologia.
"Profecias" sob suspeita
As críticas mais pesadas recaem sobre a veracidade das profecias de Miguel. Nas redes sociais, crescem relatos de fiéis que afirmam não ver o cumprimento das revelações feitas por ele. A situação levou à criação de páginas e perfis dedicados a contestar a autenticidade de suas mensagens.
Para parte dos evangélicos tradicionais, Miguel exemplifica uma tendência preocupante: a ascensão das "celebridades da fé", em que a popularidade digital parece pesar mais do que a profundidade doutrinária.
Emocionado, Miguel pede compreensão
Diante das críticas, o jovem missionário gravou um vídeo emocionado pedindo respeito e empatia. “Sou apenas um adolescente de 14 anos, não tenho a estrutura de um adulto”, desabafou, pedindo que as pessoas compreendam sua jornada espiritual antes de julgá-lo.
Entenda o caso Miguel Oliveira
Um reflexo da era digital na fé
Miguel Oliveira representa, para muitos, a nova face da religiosidade em tempos digitais: a fé como espetáculo, a emoção como linguagem e a juventude como vitrine. Seu futuro ainda é incerto, mas sua trajetória já desperta debates sobre o equilíbrio entre popularidade e conteúdo espiritual.
Na próxima segunda-feira (28), Miguel prometeu divulgar um pronunciamento oficial sobre o assunto.