O cardeal João Braz de Aviz, nascido em Mafra, no Planalto Norte catarinense, tem sido apontado por religiosos como um dos nomes mais cotados entre os brasileiros para assumir o comando da Igreja Católica, caso seja eleito no atual conclave. A escolha do novo pontífice mobiliza o Colégio de Cardeais, reunido desde esta quarta-feira (7), no Vaticano, em um processo que pode se estender por vários dias.

A informação foi publicada pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, com base em fontes ligadas ao clero brasileiro, que acompanham os bastidores do conclave.

Dom João, que nasceu em 1947, foi o quarto catarinense da história a receber o título de cardeal. Ordenado sacerdote em Apucarana (PR), ele atuou como arcebispo de Maringá e de Brasília antes de assumir, no Vaticano, o comando da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. Ele permaneceu no cargo até ser sucedido por irmã Simona Brambilla — a primeira mulher a chefiar um Dicastério na história da Igreja, em uma nomeação considerada histórica, realizada pelo próprio Papa Francisco.

Com forte ligação pessoal com o atual pontífice, de quem era próximo o bastante para assistir a jogos de futebol juntos, Dom João é considerado um nome equilibrado dentro do colégio cardinalício. Ele representa a ala progressista moderada da Igreja e, segundo religiosos, teria o perfil ideal para dar continuidade à visão de Francisco, sem adotar mudanças bruscas.

“Sem a presença do Papa Francisco, não sei se teria conseguido levar adiante uma missão tão delicada”, declarou Dom João ao Vatican News, ao comentar sua experiência como prefeito no Vaticano.

Entre os cardeais brasileiros com direito a voto, ele é um dos mais experientes e respeitados dentro da Cúria Romana. Seu nome simboliza não apenas a chance de o Brasil ter, pela primeira vez, um papa nascido em seu território, mas também a possibilidade de transição serena dentro da Igreja, em tempos de profundas transformações.

O resultado da escolha será anunciado ao mundo por meio da tradicional fumaça branca, liberada pela chaminé da Capela Sistina, indicando que o novo papa foi eleito.