Advogado é preso por suspeita de colocar bomba em terminal de ônibus
Explosivo foi encontrado no Terminal do Boqueirão; operação apreendeu armas e materiais semelhantes aos usados na montagem da bomba. Investigação aponta que crime foi planejado com disfarces e rotas alternativas

Um advogado que também atua em um banco estatal foi preso sob suspeita de instalar um artefato explosivo no Terminal do Boqueirão, em Curitiba, no final de março. A ação, que poderia ter resultado em tragédia, foi frustrada graças à atenção de um vigilante, que encontrou a sacola com panfletos políticos liberando fumaça por volta das 7h da manhã e acionou imediatamente a polícia.
O Esquadrão Antibombas da Polícia Militar confirmou que havia risco real de explosão, e realizou a detonação controlada do dispositivo. Segundo os especialistas, o explosivo só não detonou porque o sistema de ativação falhou.
Durante a investigação, a Polícia Civil do Paraná realizou buscas em imóveis ligados ao suspeito. Na residência localizada no bairro Ganchinho, onde ele foi visto diversas vezes, os agentes apreenderam dois revólveres, fios de cobre, fitas adesivas, perucas e roupas utilizadas para disfarce. As autoridades acreditam que o local tenha sido usado para planejar o crime.
Disfarces e tentativa de despistar a polícia
De acordo com as imagens de segurança analisadas, o suspeito chegou ao terminal vestido com capuz, máscara, óculos e luvas. Ele utilizou transporte coletivo com cartão avulso, numa tentativa de evitar rastreamento. A polícia também identificou que o homem alternava entre ônibus e veículo particular, além de trocar de roupa e usar disfarces para dificultar sua identificação.
Apesar das provas, o motivo da ação ainda é desconhecido. O homem não possui antecedentes criminais. Segundo o delegado Adriano Chohfi, da Delegacia de Explosivos, Armas e Munições, a hipótese de ação conjunta não está descartada:
“Não podemos afirmar ainda se houve coautoria, mas tudo indica que ele não agiu sozinho”, declarou.
O investigado poderá responder pelo crime de explosão, cuja pena pode variar de três a seis anos de reclusão, além de multa. As investigações continuam, e a polícia deve ouvir testemunhas que estiveram com o suspeito nos dias próximos ao crime.